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Lote 115 • 1º dia

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Leilão 73 - Grande Leilão de Arte e Antiguidade

Djanira

Avaré, São Paulo, 1914 -1979

“Paisagem , 1969”.

Óleo s/tela
Ass. inf. direito e verso.



A representação da paisagem natural foi um tema explorado desde o início da trajetória artística de Djanira. Essas obras retratam a beleza e a diversidade das paisagens brasileiras com uma sensibilidade poética e autêntica. Djanira explorou de forma singular a atmosfera, as cores e os detalhes das paisagens, seja retratando cenas rurais, praias paradisíacas ou cenas urbanas. Sua paleta de cores vibrantes e alegres trazia vida e energia às composições, transmitindo uma sensação de vitalidade.

Nos anos 1950, após temporada nos Estados Unidos, Djanira volta ao Brasil e decide viajar o país e retratar sua diversidade. Lugares como Paraty, Petrópolis e Cabo Frio serviam, ao mesmo tempo, de refúgio e inspiração, de onde trazia inúmeros croquis, que viravam arte em sua casa. A artista correu o Brasil de norte a sul para pintar. Viveu por meses com os índios Canelas, do Maranhão, e desceu às soturnas minas de carvão de Santa Catarina para compreender a dureza da vida dos mineradores. Não conseguia parar por muito tempo. Precisava sentir, viver, estar na realidade que queria retratar, embora sempre voltasse para Santa Teresa, onde ficava seu ateliê, uma oficina para a finalização de seus trabalhos.

"(...) Moça do interior de São Paulo, que viveu a primeira fase de sua vida em contato com os animais, os trabalhadores do campo, a vida simples e dura, que foi também a sua, Djanira iria mais tarde dar forma de arte a essa experiência indelével. (...) Procuraria manter, ao longo da vida, o vínculo com esse passado: viveu cercada de pássaros, plantas e bichos, e, sempre que as condições de saúde permitiam, viajava pelo interior do país, como para renovar o contato com as fontes inspiradoras de sua arte e mesmo de sua vida.(...) Essa identificação com seu povo e sua terra, essa generosidade de sentimentos teriam, inevitavelmente, que se refletir na obra da pintora, onde a paisagem e os homens brasileiros ocupam o primeiro plano. Esses elementos - como outros também ligados a eles - constituem o seu universo, o mundo que ela necessitava organizar, transfigurar, salvar da morte. E o fez instilando neles a força do seu lirismo e a beleza que a sua sensibilidade apreendia e revelava nas coisas mais simples, nas cenas mais comuns do trabalho e da vida diária".

Ferreira Gullar (DJANIRA: acervo do Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro: Colorama, 1985.)


46 x 54 cm

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